Há coisas fodidas, e, como já dizia (e continua a dizer) o Miguel Esteves Cardoso o Amor é uma delas. Já foi motivo de desgosto para todos, explorado por muitos, e decentemente descrito por alguns. Nada contra, a favor até, mas a verdade é que quando o desgosto bate, bate sempre de maneira diferente.
Há a fase da degraça, ou melhor, a fase de nos sentirmos desgraçados como se toda a nosa vida fosse acabar naquele preciso momento, como se já nada fizesse sentido sem a outra pessoa. O orgulho também consegue ser uma coisa fodida! Depois, há a fase da revolta, em que tudo tem que ser mudado, ou feito de outra maneira, ou pensado de forma diferente – nada pode ser como ou estar como estava porque senão a desgraça vai voltar. Segue-se a fase da reconsiliação com os factos, e, possivelmente o estado em que finalmente é possivel dar-se o próximo passo. Depois?! Não me perguntem a mim…
No meio desta confusão há sempre aqueles que ajudam, aqueles que se aproveitam, aqueles que sorriem vitoriosamente, e, os que metem mais nojo, aqueles que “já sabiam que tudo ia acabar assim”. Mas no meio disto tudo, se é que é possivel, sobressaem os amigos – aqueles com quem tinhamos acabado de ser estúpidos com, ou com quem já não falavamos há meses, ou mesmo aqueles que deixamos para trás por causa da nova relação – e ao fim de contas, no fundo, sabemos que vamos ficar bem porque há sempre aquela parte de nós que estará lá para nos ajudar. E estes amigos não são nossos amigos porque namoravamos com aquele fulano, ou porque conheciamos o outro, nem tem nada a ver com isto ou com aquilo, são nossos amigos por e simplesmente porque somos merecedores de semelhante amizade!
Não é altura para te explicar como vais ficar melhor quando tudo isto passar, nem como estavas mesmo a precisar de crescer um bocado para além da relação que tinhas, nem mesmo como eras tão mais antes de te teres deixado ir por tão pouco. Às vezes é preciso haver maus bocados, para crescermos com eles e para aprendermos a valorizar os bons, é preciso percebermos que uma vida não se resume a uma relação, é preciso percebermos quem sou “eu”, antes de sabermos quem somos “nós”. Não te vou dizer que não me revolta que te tenha acontecido isto, logo agora, mas também não te posso dizer que vai voltar tudo à mesma coisa, e que vai ficar tudo bem já amanha, e que há por onde fugir aos problemas. Bem vindo ao teu primeiro problema que não tem escapatória possível.
Portanto, depois de muitos Haagen-Dazs (ou mesmo Ben and Jerry, porque é igualmente bom!), do cd inteiro da Renee Olstead (repetido ao nível da exaustão), de umas conversas profundas, algumas lágrimas e muito, muito cepticismo depois, vai definitivamente aparecer a luzinha ao fundo do túnel!
1 comment:
o raio da luz sempre lá esteve. às vezes somos cegos...
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