Thursday, November 09, 2006

Pessoas (que eu espero que não sejam) Como Nós

Eis 5 motivos porque estamos cada vez mais a evoluir em termos literários:

  1. O Ser Amargo conseguiu finalmente chegar às massas com o seu, “Intermitências da Morte”, que decidiu pegar e por isso temos toda a população em euforia com o nosso grande Nobel. Isto só para não falar no facto de que agora o best-seller da Europa-América não vai ser o livro de resumos da Aparição mas sim o do Memorial do Convento (que começara muito em breve a ser elogiado por todos os professores de português que se prezem por todo o pais) .
  2. A Daisy Rebelo Pinto vende como gente grande! Isto é motivo de grande ânimo para todos aqueles que (e contra mim falo) se aventuram em cursos de direito ou jornalismo (fugir às matemáticas dá nisto...), e esperam um dia vir a conseguir sustentar-se. Por isso já sabem, capas fuschia, umas quantas frases “originais”, e depois é só ir copiando paragrafos e trocar o lugar das virgulas – se algum dia acharem que são uma fraude lembrem-se que, e como a nossa querida sublinhou numa revista cor-de-rosa da moda, o Eça também se baseou na Tragédia da Rua das Flores para escrever os Maias (o facto de ele nunca ter publicado a primeira obra é um mero acaso)!
  3. A RTP, SIC e TVI, com imensa pena dos jovens que teriam que desperdiçar algum do seu tempo se queriam descobrir o que eram livros de aventuras infanto-juvenis, decidiram começar a lançar séries televisivas dos mesmos! Hoje em dia os mais pequenos já não precisam de perder tempo a ler o Triângulo Jota, a colecção Uma Aventura, ou mesmo o Clube das Chaves – em breve estaram disponíveis à borla no you tube!
  4. O Código foi lido por milhares de tugas! Como o que estava a faltar em Portugal era gente pretenciosa e sem cultura nenhuma, o senhor Brown encarregou-se de levantar os ânimos de todos aqueles que achavam que precisavam de saber alguma coisa de história (aquela coisa chata e desinteressante, que provavelmente teve direito a um misero nove e meio no fim do nono ano) ao publicar um livro estupidamente pretensioso mas cheio de cultura – esforcem-se por ler 700 páginas e cheguem ao fim não só a saber da existência da pirâmide invertida, assim como tudo sobre a Opus Dei, o Cálice, a religião Católica e todos os males dos nossos tempos.
  5. Com o Sin City, Superman, Batman, Tintim, V for Vendetta, e muitos, muitos mais em todas as salas de cinemas (ou blockbusters) perto de sí o mundo da banda desenhada já está todo sobe controle. Sendo assim, não vale a pena sequer estar a olhar para os estúpidos quadrados que alguém se foi dar ao trabalho de ilustar, muito menos para o que lá está escrito (para que é que existem legendas nos filmes ah?)! Quando muito valeria a pena dar uma olhadela ao Calvin and Hobbes que continua apenas em papel, mas esse vem no público todos os dias por isso dá para ir dando uma espreitadela ao jornal da pessoa que vai sentada ao nosso lado no autocarro.

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