Sunday, July 15, 2007

"Coisas"

Estás cansada, queres ir embora. Vai, desiste, não vale a pena.

Olhas para o lado e percebes quão inútil é aquilo que julgas estar a fazer, olhas para o lado e percebes que aquilo não diz nada a ninguém. Ninguém se importa, ninguém quer saber, ninguém da importância a nada. Que fazes tu então?

Remas contra a maré. Desiste. Não vais chegar lá.

E ninguém percebe o que estás a fazer, e ninguém concorda, e ninguém quer saber. Não tem nexo, dizem uns, é demais, dizem outros, é sempre qualquer coisa de irracional e incompreensível. E tu que queres? Pelos vistos não importa...
Já nada significa nada, e o que significava deixou de significar. Reduziram tudo aquilo em que quiseste acreditar a uma insignificância incontestável, destruiram tudo sem preocupação ou noção de responsabilidade.

Desiste. Porque te cansas? Já não vale a pena. Queres? Não queres? Mas porque ficas?

Não desistes, não vais desistir. No fundo, ainda há esperança que alguém abra os olhos, ainda há esperança na coragem, ainda há alguma coisa menos insignificante. Sabes que vão estragar tudo outra vez, sabes que vão continuar a tentar tirar-te a vontade, sabes que vai haver sempre aquela Criança Grande a confundir tudo, sabes que não vai ser fácil, mas que piada teria a vida se fossem tudo almoços grátis?

Estás cansada, querias ir embora. Estás exausta e revoltada e zangada com o mundo. Querias vingar-te de todas as Crianças Grandes, de todos os condutores de “Mini’s” por esse teu mundo fora, de todos aqueles que não percebem nada nem querem perceber, enfim, hoje era, para ti, bom dia para por fim às Crianças Grandes!

Mas amanha é outro dia, e amanha já tudo vai fazer sentido outra vez (mesmo que arruínado poucas horas depois), e já tudo vai valer a pena outra vez, e já tudo vai ser isto ou aquilo ou isto e aquilo que era suposto ser. Amanha, com sorte, até almoças de graça!

Como tu me fazes falta!

“Se uma voz nos diz que é viver em vao
Pra que raio fiz eu esta cancao
E se o fim é certo
Eu quero estar ca amanha”