Ninguém gosta de clichés. Já não há definitivamente espaço para essas coisas tristes no mundo!
Ninguém gosta de ser defendido por outra pessoa, muito menos se essa pessoa for do sexo oposto. Ninguém gosta de receber rosas vermelhas só pelo facto de elas serem rosas e vermelhas. Ninguém gosta de ir ao cinema ver filmes do Hugh Grant, ou muito menos do Jude Law, porque não se vai ver nada a baixo de Star Wars. Ninguém gosta de ler poemas românticos, ou declarações profundas. Ninguém ainda acha piada a qualquer tipo de cavalheirismos: qual é a rapariga que deixaria que lhe puxassem a cadeira, pagassem o jantar ou até mesmo que lhe abrissem a porta? Ninguém acredita no amor “à filme” nem que o casamento com o vestido branco venha a ser alguma vez uma possibilidade plausível. Ninguém jamais se volta a lembrar do primeiro beijo, do primeiro amor, e muito menos do primeiro namorado. Ninguém dá importância a presentes de qualquer tipo: o natal é uma tradição demasiado religiosa e o dia dos namorados um apelo ao consumismo. Ninguém precisa de elogios, o ego é tão “last season”, e a auto-confiança um mero mito. Mimos? O quê?
Já ninguém precisa de amigos. Já ninguém dá importância a receber uma visita com muitos chocolates depois de um devastador. Já ninguém precisa de ver um amigo paciente, um saco de água quente, ou uma caixa de trifene 200, quando está com o PMS. Já ninguém se refugia no quarto do melhor amigo quando parece que o mundo está mesmo, mesmo, mesmo quase a acabar. Já ninguém dá importância ao aconchegar dos lençois ou ao beijinho de boa noite. Já ninguém precisa de uma mãozinha quando as saudades de casa apertam. Já ninguém precisa de um ombro amigo para quem ir chorar quando tudo corre mal. Já ninguém dá importância ao facto de haver quem ainda dê pela falta dele.
Já somos todos demasiado independentes...
Mas será que alguma vez alguém deu oficialmente importância aquilo que não tem?
...A todos os tristes que andam por aí...
2 comments:
não me parece que as pessoas não deiam importância a tudo isso. parece-me, é que as pessoas andam demasiado "ocupadas" (e sabe-se lá com o quê), demasiado zangadas e mal humoradas, para "perderem" tempo com essas "futilidades".
o mundo até pode ser muito cinzento, mas cabe a cada um cuidar de si, e não deixar que esse lado escuro nos consuma...
(como vês, eis uma conversa cliché!)
se calhar isto é mais círculo vicoso que oputra coisa...
desculpa, eu queria dizer: "ciclo vicioso", e não circulo vicioso.
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