Wednesday, April 01, 2009

Foi assim.


Imagino-te sentada dentro do teu VW, parada no meio de uma praça (como no meu Cinema Paraíso!), rodeada de amigos que se reuniram para ver o teu filme. Ficas ali sentada a olhar para a tela, e como te deves ter rido quando me viste aparecer de calças brancas no teu funeral. Deves ter dito: “aquela é a minha neta, a de calças brancas!”. E toda a gente se riu contigo da minha infeliz escolha de vestimenta. Imagino-te a olhar para a tela e a pensares como eu é que eu conhecia toda aquela gente a quem dei beijos e abraços (e com alguns até tive longas conversas!), não fazias ideia que eu que sempre vivi longe tinha assim tão grandes conhecimentos familiares, só para depois te aperceberes que eu não fazia ideia de quem eram todos aqueles beijos e abraços. Educaste-me bem, tu que sabias sempre fazer sala.
Imagino-te a olhar para a tela e a perguntares-te porquê tanta conversa mórbida sobre quem está enterrado onde, mas depois começas tu a pensar, e também não fazes ideia. É um autentico quebra-cabeças. Um passatempo interessante. Um tique nervoso como outro qualquer! E só mesmo os teus amigos é que te conseguem esclarecer quem está onde, porque nós aqui em baixo ainda não conseguimos descobrir.
Imagino-te a olhar para a tela e a ficares confusa de como ainda se lembravam do que tinhas dito sobre “o que querias vestir no dia em que morresses”. Ficas confusa porque estas aí tão confortavelmente sentada que não percebes como é que nós cá em baixo estamos indignados com o facto de te terem vestido uma roupa diferente. Será que não percebem que já não és tu? E os teus amigos estão também confusos certamente (afinal de contas passaram todos pelo mesmo). Mas para que saibas, estavas muito bonita. É nesse momento que olho para ti, e imagino que ficas tu também surpreendida com o terem posto um terço na tua mão, nenhuma de nós as duas te conheceu muito religiosa. Mas quanto a isso, ninguém pareceu confuso nem supreendido.
Imagino-te a olhar para a tela e a veres como me fez confusão ter de te tocar assim fria, morta. E aí tentas explicar-me que já não és tu e que não faz diferença que eu nâo consiga dar-te beijos ou fazer-te festas, porque tu já não sentes. Eu percebi, e senti-me melhor.
Imagino-te a olhares para a tela e veres todas as flores sob a campa, e ficares feliz porque está tudo a acabar – já estavas cansada de tanta atenção, e nunca tiveste muita paciência para filmes. E está tudo bonito, e branquinho, e tu já estás no teu sítio.
E no fim de tudo, a última coisa que vês somos todos sentados à mesa do café Velasquez, exaustos depois de termos de te deixar.

Eu olho para ti e sorrio. Afinal, sou eu a única que sei que estás aí, sentada algures a ver este mesmo filme.

E no meu mundo, talvez não no teu,
o Tótó aparece só mesmo para olhar para cima e dizer:
“Alfredo, es belissimo!”

Saturday, March 14, 2009

Trabalhar em equipa!

Onde quer que eu vá, o que quer que eu estude, qualquer trabalho para que esteja a considerar candidatar-me, todos consideram importante o trabalho em equipa. Sim, aparentemente temos todos que saber trabalhar em equipa, sermos bons companheiros, aprendermos a partilhar o trabalho, e coisas que tal...
Ora, a minha experiência na matéria tem sido dramática, mas não é socialmente correcto dizer-se tal coisa! Aí de quem tente dizer que trabalhar em equipa corre (quase) sempre mal, e que os estudantes universitários estão longe de ser bons trabalhadores em equipa! Chamem-me individualista, egoísta, ou mesmo mentalmente incapacitada por não ser capaz de perceber os benefícios do trabalho em equipa, mas por mim já chega! Está na hora de começarmos a dar crédito aos que trabalham e deixarmos de protejer os que não fazem nenhum!

By the way, have you heard? Coca-cola has no capabilities!

Saturday, January 17, 2009

Roubo

Mais tarde ou mais cedo acabamos por ser todos roubados. Tiram-nos tudo eventualmente. Não há ninguém a salvo desta triste realidade.
Egocêntrica? Talvez... Quem é que se julga capaz de pensar nele quando todo o mundo deveria estar focado em Gaza, e Israel, e já agora no Sócrates que daqui a qualquer dia já está a fazer asneira outra vez...
Mas temos de saber escolher as nossas batalhas, e hoje eu não me sinto capaz de lutar por qualquer ideal, ou propósito, ou qualquer uma dessas coisas que ficam tão bem escritas num blogue pretencioso qualquer... É triste mas é verdade. É frustrante mas não deixa de ser real! 
E o que é que me roubaram? Roubaram-me a única coisa que ao fim destes anos todos eu julgava que era só minha, roubaram-me o meu "espacinho" no mundo, aquilo que eu julgava que era só meu... But I am taking it back!
E enquanto a Ferreira Leite continua às cabeçadas com o Sócrates, e Gaza é bombardeada, e o piloto salva os seus 154 passageiros, eu vou salvando o que posso. Por isso, desaparece...isto náo é para ti. Quem julga que a blogosfera é um espaço livre engana-se, é que até para se ler um blogue é preciso ser-se convidado!
Todos os outros...sintam-se em casa.

Saturday, December 06, 2008

Fazer serviços

Há pessoas que acham que "estão a ficar velhas" quando fazem trinta anos. Outras quando fazem quarenta. Eu acho que só me vou achar velha quando começar a "fazer serviços".

Jamais quererei eu "fazer serviços". Às vezes paro a pensar que idade será essa, a idade dos serviços.
Lembro-me de algumas conversas entre pessoas crescidas, que acabavam no inevitável - "Estou a fazer um serviço da vista alegre". E durante anos estas pessoas iam comprando uma chávena com o subsidio de natal, e o respectivo pires com o subsídio de férias. E como ficam contentes estas pessoas quando recebem pelo natal uma chavena e um pires para adicionar ao "serviço". Enfim...

E não digo que não bonitos estes serviços. Gosto de olhar para eles durante o natal e os aniversários. São engraçados...

Mas por mais que pense só consigo chegar à mesma conclusão: Abençoada geração IKEA! Pratos para o dia-a-dia, pratos de cerimónia, pratos de semi-cerimónia. E, para aqueles que não sabem, vêm em todas as cores e podem ir ao lava-louça depois das festas! E poupa-nos o trabalho de "construir" serviços, por mais bonitos que sejam!

Deixem-se de pratos, chávenas de chá, chavenas de café, pratos pequeninos, pratos ligeiramente maiores, marcadores...e vão mas é comprar um par de sapatos este natal!

The art of "waffling"

Two weeks ago I decided that I was going to write a dissertation. The module is Philosophy of Law, the question was: what did I want to "dissertate" about?

Only a week after, I needed to submit a 200 word outline of my dissertation. As if it wasn't hard enough to find a topic...and to try and learn philosophy in a year...and to attempt to understand Hart and write a criticism about someone who is criticizing him...

When you know nothing, the art of waffling comes in handy...

In my dissertation I propose to conduct a philosophical investigation to Stephen Guest’s opinion piece “Two strands in Hart’s theory of law: A comment on the Postscript of Hart’s The Concept of Law”.
In the 1994 edition (published posthumously) Hart added a Postcript to his masterpiece “The Concept of Law”, in which he intended to address the criticisms made by Ronald Dworkin in several of his books. In his article, Stephen Guest provides an insight to this postscript. By giving his perspective on what Hart was trying to explain in his Postscript, he puts forward the theory that there are two strands in Hart’s Theory of Law.
In my dissertation, I plan to analyze Stephen Guest’s constructive criticism of Hart’s Postscript to “The Concept of Law”, and provide my informed critique of his article. This will raise questions about the way he presents his arguments, as well as his account of what Hart says in “The Concept of Law”. By means of a philosophical investigation of his arguments, it will hopefully become clear whether or not, in my informed opinion, Stephen Guest was right in his discovery of “two strands in Hart’s theory of law”.


"Marta, now that I know that you are doing an informed critique, that it is not going to be all rubbish, I am more than ever looking forward to reading what you have to say!"

Tuesday, November 25, 2008

Como é bom viver em sociedade!


"No man is an island"

"We need each other"

E qualquer coisa mais sobre vivermos em sociedade...


Mas será que vivemos todos em sociedade? É um bocado difícil de acreditar no conceito quando não há copos na cozinha porque eles se vão acumulando na casa de banho...

Será que vivemos todos em sociedade, ou só alguns? É hilariante abrir a porta do frigorífico e ver a taça da mousse (que não foi feita por ninguém, caiu do céu aos trambolhões para alguém comer!), vazia mas dentro do frigorífico. É que é sempre importante ter consideração pelos outros e deixar a taça caso alguém a queira lamber!


Como é bom viver em sociedade!

P.S : Desculpa Sarah, não volta a aconteçer!
Antes que me venhas dizer alguma coisa, porque vens!,
eu já sei que isto é levar o passsive agressive to a whole new level!
Have I ever told you I love you?

Sunday, November 16, 2008

"when everything feels like the movies, yeah you bleed just to know you're alive"

"And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life'
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

And you can't fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies
When everything feels like the movies
Yeah you bleed just to know you're alive

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am"