Quem perguntou “que queres ser quando fores grande?” ou já era muito grande, ou então era sádico. Gosto de acreditar que ele era sádico, só assim se percebe que por ironia do destino a pergunta tenha pegado e hoje todos tenhamos de conviver com ela.
“Que queres ser quando fores grande” está na moda. É claro que varia ligeiramente para o “que curso queres tirar?” só mesmo para evoluir para a questão “o que queres fazer depois do curso?”. Mas a maldade pura é mesmo o “e o que queres fazer agora que já acabaste o curso?”. Será que temos de ter sempre resposta para tudo?
Como se não bastasse ter sido severamente criticada quando dizia que queria ser professora, e condenada ao desemprego quando me lembrei que eu tinha jeito era para a advocacia, ter tido que decidir que queria ir para economia, e mais tarde que queria tirar o curso de direito, agora ainda tenho de decidir o que quero fazer com ele! Que chatos esses adultos masoquistas que fazem sempre as mesmas perguntas inevitáveis para as quais eu ainda não tenho resposta. Que aborrecimento esta necessidade constante de comprar coisas todas “essenciais” á minha sobrevivência!
Eu, aquele pirralho que ainda nem conseguiu reencontrar a junta de freguesia para ir buscar o cartão de eleitor pedido há quase quatro anos atrás (!), tenho agora que me fazer a vida. Eu, que critico a sociedade em que vivemos em que as crianças vivem com os pais até decidirem ser pais, tenho agora que dar o exemplo e descobrir o que me vai safar a vida.
Resultado: quero tirar um mestrado em Filosofia do Direito. Uns torcem o nariz, outros (como viram que o ser do contra deu asneira) fazem de conta que sim… E eu lá me candidatei a esta coisa que acho piada à espera de resolver a minha grande questão. E se tudo correr bem, vou adiar a questão, ou filosofar sobre ela, durante mais um ano.
1 comment:
Lol... lembras-te do suportel? Pois é ele bem que anda a piscar o olho... Pensa assim, podias ser eu e estar bem pior neste momento!!!!
:P
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