Thursday, March 22, 2007

Pequenina

Olho para ti todos os dias, e no entanto ainda não tive coragem de ir falar contigo outra vez. Olho para ti porque estás espalhada por todo o lado na minha parede, porque não há fotografia daqueles tempos que tu não pertenças lá, porque aconteça o que acontecer vais continuar sempre a ser a minha amiga!

E no entanto, sinto-me mal, verdadeiramente egoísta e comodista, quando vou ter contigo, e estou contigo, e falo contigo, e tu já não és tu! E eu queria que tu fosses tu, e eu queria que me dissessem que havia hipóteses de voltares a ser tu, e eu queria chegar lá e puder abraçar-te e falar contigo e contar-te todas as coisas parvas se passaram no último ano (e quase meio). Mas sempre que vou ter contigo, limito-me a ficar feliz, e acredita que fico genuinamente feliz, por gostares de me ver, e de estar comigo, e de saberes (penso eu) que eu ainda não me esqueci de ti!

Desculpa não ter sido a amiga que devia ser. Mas custa-me perguntar por ti, e saber que no máximo falo dois minutos contigo e ficas cansada, e eu sei que estás muito melhor, mas eu queria é que estivesses de volta! Desculpa ser egoísta, mas fazes falta! E cada vez que estou contigo, e sempre que posso estou contigo, cada vez que te vejo diferente, numa luta constante para voltares a andar, e a escrever, e a pensar, lembro-me do tempo que vai demorar a estares de volta, e da falta que nos fazes.

É mais fácil viver na ilusão, olhar à volta, enterrar a cabeça na areia, e fazer de conta que não houve nenhum acidente, e que ainda nada mudou...

Tenho saudades...

7 comments:

Maria Strüder said...

Lamento minha querida.
A necessidade de estar só por vezes aniquila as coisas boas que nos rodeiam.
Cativa a tua amiga, seduz de volta aquilo que vai desaparecendo, porque é normal, chega um dia em que cada um parte.

astuto said...
This comment has been removed by the author.
astuto said...

Uns partem outros ficam. Perdi amigos que agora estão por aí espalhados e, o melhor que guardo deles, é a forma como eram pacientes comigo. Sempre achei que tudo tem um fim: nasce-se, cresce-se e morre-se. Assim também são as amizades.

Cumps.

El-Gee said...

Se calhar ela, na sua inconsciencia, percebe tudo o que tu lhe dizes. Se calhar nao sao so as palavras que comunicam.

Alias, se as palavras sao tao toscas, na hora de representar sentimentos, porque havemos de confiar demasiado nelas?

Tenho a certeza de que a tua presença fala com a tua amiga hoje, da mesma forma que as tuas palavras falavam, na altura em que ela ainda as compreendia.

E a vida continua, e tu continuarás a falar com ela através do corpo, e com os outros através de palavras, e com isso cresces tu e crescemos nós, ao ler esta história.

Bj*

Maria Strüder said...

Obrigada querida beijinho em ti e aviso que "voltei"

Maria Strüder said...

Obrigado por todo o apoio virtual.
E para quando um postzinho novo?

Anonymous said...

Tenho a certeza que ela sente tudo o que lhe dizes ou que não dizes.
às vezes estar ao lado... sem dizer nada.. chega. Porque só isso aconchega e dá força!

Beijinhos
(É bom ler o que escreves)