Friday, March 14, 2008

Aos famigerados exames...

Estou quase na época de exames.
Saiu hoje o calendário.
Um mês e duas semanas.
53 dias até ao meu primeiro exame.
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O pânico já se começou a instalar, e tenho vontade de começar aos gritos estéricos e dizer que não é justo e que não quero e que não gosto dessas coisas complicadas a que chamam exames.
E como se já não chegasse o pânico dos exames, como quem não gosta come a dobrar calharam-me dois exames no mesmo dia. Dois exames de três horas, durante as quais é suposto sermos uns génios incompreendidos e dissertar sobre tudo e mais alguma coisa! Dois exames!
E nem saber que entro de férias dia 13 de Maio me consola...
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Estou triste!

Saturday, March 08, 2008

"Evita-se Prenda Perfeita"

Haverá alguma coisa como a prenda perfeita? E o que é isso da prenda perfeita? Encontra-se, procura-se, tropeça-se nela? “Procura-se prenda perfeita”.

Não, não. Neste caso não se procura. Evita-se!

É que eu bem que procurei e nunca mais a encontrava, ora que, e só mesmo quando já não precisava dela para nada, é que a encontro. E depois pergunto-me se no momento da epifania não houve alguma intervenção divina, um pensamento positivo!? E nada! Nada! Pelo que me lembro foi só um desespero de causa, umas palavras óbvias atiradas ao acaso para o ebay (que já agora merece uma vénia!), e quem sabe se um bocado de sorte, e voilá: a prenda perfeita!

Entao e agora? É que estas coisas de prendas perfeitas não é brincadeira, ou bem que são precisas, ou é bem melhor ficarem escondidas lá pelos confins do mundo, bem longe da minha imaginação (só agora) fértil! Mas se é preciso uma prenda! Então mas se a prenda já está comprada, dou-a? É que também não consigo fazer nexo de não dar prenda só porque sei que o aniversariante vai gostar demasiado da prenda que eu comprei! Mas depois se der a prenda, há aquela coisa de “mixed signals” ou lá como lhes chamam (!), e outras confusões que tal! E isto tudo por causa de uma prenda! Como a vida anda complicada!

É que andamos todos à procura da prenda perfeita, nem que às vezes acertem um bocado ao lado! Como o meu Pai Natal que em diferentes natais me ofereceu um “baby pipi” em vez de um “baby born”, e umas “top star”, em vez de umas “all star”! E que frustração que isso foi!
Mas depois também houve aquele aniversário em que eu recebi exactamente aquele bilhete para aquele concerto, e aquele album com aquelas fotografias, ou aquele vestido, ou até aquela surpresa. E de tantas coisas que devo ter recebido ao fim do que suponho que tenham sido vinte e um natais e vinte aniversários (é de notar que estas contas de ter mais um natal que aniversário foram complicadas!), só me lembro daquelas que foram as prendas perfeitas. E agora que tenho uma mesmo a chegar, estou a pensar em escondê-la debaixo da cama, e ficar lá com ela, enquanto segue um postal que será eventualmente uma desilusão sem “mixed signals”, porque em vez de dormir penso demais em coisas inúteis e sem importância!

E o que me sossega no meio desta ansiedade toda de prendas perfeitas, é saber que na segunda feira quando abrir o embrulho do Ebay me vai sair na rifa alguma coisa completamente diferente daquilo que eu estava a pensar, e em vez da prenda perfeita vou ficar com um atentado a uma prenda perfeita. E o que me conforta mesmo neste pensamento, é que a “intenenção é que conta” não consta que alguma vez tenha enviado “mixed signals”!

Parabéns, espero que gostes!

Tuesday, March 04, 2008

tenho fome...

Quero arroz de tomate malandro com panados!
Quero uma lasagna!
Quero um bife com batatas fritas!
Quero empadão!
Quero ovos mexidos com salsichas!
Quero ovos escalfados com ervilhas!
Quero peixe no sal, ou sal no peixe, ou lá como se chama aquilo!
Quero bacalhau nas tal 50 maneiras!
Quero iscas de bacalhau!
Quero feijoada!
Quero almondegas!
Quero puré!
Opá, até quero sopa se não houver outra coisa!

Enfim, tenho fome...

Quero comida!

Friday, February 22, 2008

Não

Está tudo ao contrário. Secalhar não ao contrário do que estava, mas definitivamente ao contrário daquilo que eu queria que as coisas estivessem.

Somos egoístas, somos todos demasiado egoístas! E ficamos tristes porque queremos isto ou aquilo, e queremos que as pessoas mudem para serem exactamente como nos convem, e queremos isto e aquilo só mesmo porque nos apetece! E depois fazemos, e somos e acontecemos, e por mais que no fundo digamos que é a pensar nos outros temo-nos sempre a nós em consideração. No fim de tudo, de todas as batalhas, e de todas as conquistas, no fim de todas as noites perdidas em desabafos infindáveis, mudamos de ideias.

E o mundo não para porque nós mudamos de ideias? Já mudo demasiado, já está tudo virado ao contrário, e já não há nada a fazer. E depois queixamo-nos inutilmente que está tudo virado ao contrário, e no nosso egocentrismo não percebemos porquê.

Thursday, January 24, 2008

"Live and Let Die"

Estás perdida.

Ficaste sentada num degrau, esquecido algures no meio da subida. Desististe temporáriamente na pior altura. Estas praí sentada à espera que alguém te diga que está tudo bem e que podes continuar a enterrar a cabeça na areira. Não queres mais, já estás farta, por ti está tudo acabado e já podes voltar aos 5 anos. Já chega!

Não te apetece sair, não que te apeteça especialmente ficar em casa. Não te apetece deixar o mundo que não é tão confortável como seguro, as quatro paredes dentro das quais sabes que nada acontece. Apetece-te ficar na inércia de alguém que já viu tudo e não quer saber mais.

No entanto, vais olhando à tua volta, como quem murmura um “deixas-me?!”, porque sabes que no fundo isso está tudo errado. No fundo sabes que quando voltares ao mundo real, que continua lá fora, vai-te custar muito mais. No fundo tu sabes que continua tudo sem ti, e que quando tiveres que enfrentar a realidade e apanhar o mundo não vai ser fácil. Às vezes pensas como seria mais fácil se desistisses, se pudesses simplesmente dizer que não querias mais, se desse para deixar tudo para trás sem remorsos nem consequências e começar tudo de novo! Era tudo tão mais fácil...

Querias voltar ao mundo real, e voltar a não te importar com coisas pequeninas, e voltar a não achar que o mundo vai acabar, e voltar a não estar triste nem desconfortável ne, insegura. Querias voltar atrás e estudar tudo ao pormenor e guardar todos os detalhes para que tudo tivesse sido mais previsível, e para que agora fosse mais fácil. Querias a vontade de volta (!): a vontade de te levantares, e estudares, e trabalhares, e fazeres coisas e estares com pessoas, e receberes de volta o mundo. Querias tanta coisa...

Por enquanto, deixa-te por quereres o teu blog de volta, é um bom começo. E começa por pedir desculpa pela grande ausência, pela actual falta de prática e inspiração. Pode ser que voltes a ti em breve...

Quanto a mim, eu preciso que voltes a vida, que voltes a interessar-te por alguma coisa, que voltes a ser tu! Preciso que esqueças as complicações, ou que deixes de complicar, preciso que deixes para trás todos os problemas e voltes a ser tu! Preciso que aprendas finalmente a lidar com os namoros falhados, e os divórcios, e a morte e coisas que tal, e que voltes a ser tu! Preciso que deixes tudo para trás e recomeçes finalmente...

Sunday, July 15, 2007

"Coisas"

Estás cansada, queres ir embora. Vai, desiste, não vale a pena.

Olhas para o lado e percebes quão inútil é aquilo que julgas estar a fazer, olhas para o lado e percebes que aquilo não diz nada a ninguém. Ninguém se importa, ninguém quer saber, ninguém da importância a nada. Que fazes tu então?

Remas contra a maré. Desiste. Não vais chegar lá.

E ninguém percebe o que estás a fazer, e ninguém concorda, e ninguém quer saber. Não tem nexo, dizem uns, é demais, dizem outros, é sempre qualquer coisa de irracional e incompreensível. E tu que queres? Pelos vistos não importa...
Já nada significa nada, e o que significava deixou de significar. Reduziram tudo aquilo em que quiseste acreditar a uma insignificância incontestável, destruiram tudo sem preocupação ou noção de responsabilidade.

Desiste. Porque te cansas? Já não vale a pena. Queres? Não queres? Mas porque ficas?

Não desistes, não vais desistir. No fundo, ainda há esperança que alguém abra os olhos, ainda há esperança na coragem, ainda há alguma coisa menos insignificante. Sabes que vão estragar tudo outra vez, sabes que vão continuar a tentar tirar-te a vontade, sabes que vai haver sempre aquela Criança Grande a confundir tudo, sabes que não vai ser fácil, mas que piada teria a vida se fossem tudo almoços grátis?

Estás cansada, querias ir embora. Estás exausta e revoltada e zangada com o mundo. Querias vingar-te de todas as Crianças Grandes, de todos os condutores de “Mini’s” por esse teu mundo fora, de todos aqueles que não percebem nada nem querem perceber, enfim, hoje era, para ti, bom dia para por fim às Crianças Grandes!

Mas amanha é outro dia, e amanha já tudo vai fazer sentido outra vez (mesmo que arruínado poucas horas depois), e já tudo vai valer a pena outra vez, e já tudo vai ser isto ou aquilo ou isto e aquilo que era suposto ser. Amanha, com sorte, até almoças de graça!

Como tu me fazes falta!

“Se uma voz nos diz que é viver em vao
Pra que raio fiz eu esta cancao
E se o fim é certo
Eu quero estar ca amanha”

Thursday, June 28, 2007

Alma Penada

Olho para ela e sinto pena. Pena da vida miserável que ela pensa que leva, pena de todo aquele teatro cínico e angustiante, pena do esforço que é para ela acordar todas as manhas. Sinto pena dela, mesmo sabendo que ter pena de alguém é talvez o sentimento mais miserável que se pode ter pelo próximo. No entanto, não consigo ir para além da pena, da tamanha pena que sinto por ela.

E todos os dias se levanta a queixar-se, e todos os dias tudo corre mal, e todos os dias vão ser piores que o anterior, que já de si foi tão mau, e todos os dias são trágicos e arrebatadores, e todos os dias pede a deus que o dia corra bem, e todos os dias deus a desilude com o dia a ser igual ao anterior. Todos os dias o ar carrancudo é o mesmo, todos os dias a vontade de (não) viver é a mesma, todos os dias a indiferença por aqueles que a rodeiam é a mesma, todos os dias são dias não. E todos os dias ela fala com as mesmas pessoas, a quem faz as mesmas perguntas e dá as mesmas ordens. Todos os dias.

E eu todos os dias olho para ela, e todos os dias falo com ela, e todos os dias lhe respondo ás mesmas perguntas que ela me faz todos os dias, e todos os dias me vou deitar com o mesmo sentimento de indiferença com que acordei. Todos os dias.

E todos os dias eu queria sentir mais, queria gostar mais, queria ter mais saudades, queria viver mais, queria tudo aumentado exponencialmente no que toca ao meu relacionamento com a minha alma penada. Todos os dias gostava que ela fosse diferente, e me contasse coisas divertidas sobre todos aqueles mundos em que eu nunca vivi, e que me fizesse estupidamente as vontades, e que gostasse de estar comigo e de me ver, e que se risse de vez em quando se não fosse pedir demais, e que a vida não lhe custasse tanto, e que fosse essas coisas todas que é suposto os avós serem. Todos os dias, eu só queria que aquela avó fosse uma avó de verdade.